quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Boas Festas! E que venha 2016!!!

2015 foi um ano difícil. Houve dificuldades financeiras, decepções, tragédias. Mas houve também muitos desafios transpostos, pequenas alegrias, abraços amigos, 
chegadas celebradas, livros publicados e vitórias pessoais.
Para 2016, meu objetivo é buscar mais serenidade, mais natureza, priorizar a saúde e cultivar mais a PAZ.
E vamos que vamos! Rumo a um novo ciclo com o coração leve!
Paz na Terra aos seres humanos de boa vontade...


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Meu livro ILUMINURAS e a Consciência Negra

O feriado de hoje comemora a Consciência Negra. E eu sempre reflito que, com esta pele branca que me obriga a usar filtro solar cada vez que boto o pé na rua, sempre me espanta ver fotos dos meus avós e bisavós. É óbvio, ao ver certos traços físicos nos retratos dos parentes que já se foram, que no meu DNA tem genes africanos; disso não tenho a menor dúvida.
Será que vem daí meu fascínio pela Mãe África? Ou será que é apenas empatia, que vem das tantas leituras que se empilham na bagagem interior da minha alma? Não sei. Mas, de um jeito ou de outro, esse fascínio por tudo que é africano aparece em vários dos meus livros, e se tornou óbvio neste que é o mais recente: "Iluminuras", publicado pela Lê Editora.
Então, para comemorar este 20 de Novembro de 2015, em que se pensa na Negritude e se tenta extirpar velhos preconceitos, deixo para degustação dos leitores um trecho do livro.

    O esconderijo nos arredores da Vila, uma vala entre arbustos, não era profundo, mas foi suficiente para que os quilombolas ocultos vissem os cavalarianos passarem rumo à encruzilhada. Os olhos espertos de Rahim divisaram um dos tropeiros orientando os soldados.
    – Agora? – ele perguntou ao líder, assim que os soldados sumiram.
    – Logo – respondeu Akin, ocupado em tirar faíscas da pederneira.
    Como calculara, os tropeiros haviam dado o alerta sobre o assalto ao chegarem à Vila, no dia anterior, mas a resposta dos fidalgos fora lenta. Só um dia depois o Capitão-mor enviara cavalarianos em busca dos quilombolas e da carga roubada. Só encontrariam rastros: quando chegassem ao rio, os fugitivos já estariam no quilombo com os mantimentos e animais.
    Nesse meio tempo, a Vila ficaria pouco guardada.
    O Ayo saiu da vala e ordenou o ataque. Os homens o seguiram em silêncio, agora armados com os arcabuzes roubados – embora alguns, como Rahim, preferissem facões e lanças.
    Akin podia ver nos olhos do Hauçá o gosto pela guerra, que ele não compartilhava. Já vira sangue demais, morte demais... Tornou a acionar a pederneira e acendeu algumas tochas. Quando os primeiros moradores os avistaram, gritou, incitando os quilombolas a atacar.
    Aos berros, espalharam-se pelas ruas de terra no rumo da igreja matriz, tocando fogo em telhados de palha seca e derrubando os homens que lhes aparecessem à frente.
    A confusão foi total. Como esperavam, a surpresa atrasou a resposta dos cavalarianos e deu tempo aos atacantes para fazerem um bom estrago. Quando os soldados apareceram para combatê-los, Akin havia deixado Rahim no comando dos homens e se esgueirado para um casarão que era seu verdadeiro objetivo.
    Saltou com facilidade a cerca viva nos fundos e se escondeu atrás de um galinheiro. Ouvindo as vozes de fidalgos, criados e agregados da casa nas salas da frente, ecoando a comoção que tomava a Vila, seguiu para um pequeno anexo à grande cozinha.
    – Quem é? – a voz fraca, feminina, veio da escuridão do cômodo sem janelas.
    – Sou eu, Iyá1 ele andou no escuro em direção à voz.
    Acostumando o olhar às trevas, Akin divisou, no fundo do quartinho, o rosto da mulher. Parecia muito mais velha que quando a vira pela última vez, na fazenda nas Geraes, antes da fuga; custara a descobrir onde vivia, agora. O rosto enrugado sorriu e os olhos cegos brilharam.
    – És tu, omadê2. António. Sabia que ias voltar.
    Ele se aproximou com reverência. Tomou as mãos da idosa escrava nas suas.
    – Vim por ela, Iyá. Tua neta não vive lá nem cá, pelo que sei. Onde vou achar Oluremi?
    Um suspiro veio do peito fraco da cega.
    – Ah, omadê, tu sabes que não somos nada nas mãos do branco. Esquece dela. Minhas duas netas vieram com a mudança para o sul, mas não quentaram lugar. Sinhá tem muito escravo aqui, deu Iraê e Oluremi de presente para parenta importante dela.
    O ódio ressoou no peito de Akin. Já vira muitas vezes os cativos serem tratados como animais, mas pensar em sua linda Oluremi sendo presenteada como um objeto fez a raiva lhe transbordar dos olhos. Para onde a teriam levado, agora?
    – Como chama a parenta, onde vive? Vou atrás.
    – Tu vais atrás é de Iku – retrucou ela. – Da morte.
*
1Mãe.
2Menino.
Iluminuras, Capítulo 3.
 Texto de Rosana Rios / Ilustras de Thais Linhares. BH: Ed. Lê


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Livro novo: ILUMINURAS já está à venda!

Meu livro novo, "Iluminuras", está pronto, após anos de pesquisa e de labutar sobre a escrita. E ilustrado pela talentosa Thais Linhares!  Conta a história de dois jovens, Martim e Clara, que passam por uma aventura inacreditável, impossível, inimaginável. Que tal degustar um trechinho?

"SEM OLHAR PARA TRÁS...

Escolher caminhos nesta vida é sempre um risco - como o primeiro traço a lápis em um desenho. Pode dar certo, pode não dar. Talvez, por isso, exista o verbo riscar... tão parecido com arriscar. O traço pode resultar numa bela pintura, na iluminura delicada, brilhante, gloriosa, que ilumina o papel e eleva a alma; ou pode resultar num fracasso visual, num borrão sem remédio. Porém o desenhista tem de correr o risco, fazendo correr o lápis. Assim como nós temos de fazer as escolhas e aceitar as consequências. Saltar - às vezes sem ter tempo de olhar para trás."

Iluminuras
Texto: Rosana Rios
Ilustrações e capa: Thais Linhares
Editora Lê - Belo Horizonte, MG - 2015

Dicas para professores e bibliotecários: O livro fala sobre dois jovens do século XXI que conhecerão algumas verdades sobre a escravidão e as condições de vida do século XVIII, no Brasil Colônia. É uma viagem no tempo, com muitas surpresas para o leitor. A obra é indicada para alunos do 8º, 9º anos do EF, e 1º ano do EM, e proporciona um trabalho interdisciplinar com Literatura, História, Geografia, Física e Artes Visuais.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Lançamento triplo em Porto Alegre!

Mais três volumes para a minha coleção "Quem foi que disse?", que reconta Contos Populares, pela Edelbra, com organização de Elaine Maritza e ilustradores INCRÍVEIS...

O Boi Bumbá
A Menina do Capuz Vermelho
Rapunzel 
Reservem a tarde de 05 de novembro de 2015, na Feira do Livro de Porto Alegre. Haverá palestra às 14h e autógrafos às 16h!


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Promoção na Fanpage!

Quer ganhar um livro da Rosana Rios?
Acesse https://www.facebook.com/Rosana-Rios-185136868178919/timeline/?ref=hl
Curta a Fanpage e fique esperto!
Quanto atingirmos 1.000 curtidas, um dos curtidores será sorteado...
E poderá escolher um dos livros da autora para receber em sua casa!
Faltam muitas curtidas ainda, mas vamos chegar lá!

quinta-feira, 16 de julho de 2015

SITE NOVO NO AR!



Faz algum tempo que comecei a criar meu novo site, um lugar em que pudesse concentrar lista dos livros publicados, artigos, vídeos... Agora o site está no ar!


Espero sua visita por lá... 



terça-feira, 16 de junho de 2015

Livro novo: FLUTUANTES!

Faz tempo que não tenho um lançamento com sessão de autógrafos, não é? Está na hora de matar as saudades!

O lançamento de meu novo livro infantil, "Flutuantes", será
dia 04 de julho de 2015, sábado, das 15h às 18h.
Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho, em Pinheiros/Vila Madalena.


Teremos a presença da ilustradora, Ianah Maia, para autografar também!
E às 16 horas haverá oficina de móbile para as crianças, com Aline Gandolla. Tudo organizado pela Editora DCL.
Levem seus filhotes, netos, sobrinhos, afilhados e agregados.
Mas tomem cuidado: eles podem sair flutuando...
Todo mundo comemorando o 4 de julho na Livraria da Vila. Bora flutuar!

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Entrevista sobre "Pérola, o Ano do Dragão"

Hoje é Dia do Trabalho e não tenho muito a comemorar...
Aparentemente, nós, escritores, não somos considerados pelo Ministério da Cultura como trabalhadores, nem dignos de receber nosso sustento através dos Direitos Atorais.
Mas, apesar de todos os absurdos, teimamos e continuamos!
E de vez em quando coisas maravilhosas acontecem.

Uma delas foi participar do projeto "Livro do Mês", na cidade de Passo Fundo, RS.
Foi uma honra estar lá e ser tratada como celebridade, ao falar do livro "Pérola, o Ano do Dragão", escrito em parceria com a amiga Georgette Silen.

https://www.youtube.com/watch?v=2yFtqf61WFQ

Confiram a entrevista e a matéria da TV da universidade! Foi um momento especial.
Assim como estar com os leitores, professores e... Dragões chineses!
Sim, porque em Passo Fundo também tem dragões.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sobre um certo Pão Feito em Casa...

Quando recebo um pagamento de direitos autorais que não chega a vinte reais, quando alguma editora fica mais de um ano sem pagar os royalties sobre as vendas dos meu livros, quando minha conta vai para o negativo, eu penso em desistir de ser escritora.
Para quê pesquisar, estudar, esfalfar-se por meses e até anos em cima de um livro, se muitas pessoas acham que ser escritor não é uma profissão "de verdade", que escrever historinhas é "tão fácil", que pagar 30 reais por um livro é absurdo, caro demais - sem nem imaginar que desses 30 reais o autor recebe por volta de 2 reais, e olhe lá!

Nesses momentos, eu, que não tenho outra profissão - sou escritora e ponto final, dependo das vendas dos livros para viver  - começo a imaginar alguma nova forma de sobreviver, aos 59 anos, tendo sido autora por 29 desses anos... E, quando menos espero, recebo uma resenha de livro que me faz ter, de novo, confiança na profissão. Vontade de escrever mais. De não parar nunca!
Foi o que me aconteceu, ontem, ao receber a opinião do jovem Rafael Alves, blogueiro que escreve para o site "Pela Toca do Coelho", sobre meu livro Pão Feito em Casa...
Com a palavra, o blogueiro Rafael:
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Pão feito em casa é um livro incrível. Juro. Eu geralmente gosto da maioria dos livros, mas esse é um daqueles livros que me comovem de uma forma encantadora e que faz apegar-me aos personagens. Os personagens têm personalidades que a principio você pensa serem frágeis por conta dos acontecimentos ocorridos com eles e as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, entretanto, ao decorrer do livro você percebe que na verdade eles são mais fortes do que sequer imaginam. E eles descobrem essa força a partir do momento em que ela flui com o passar da história, assim como o amor, a afeição, a coragem e a lealdade. Inicialmente, os personagens são reservados e muito conservados e a autora trabalha muito bem o desenvolvimento deles, originando a metáfora do pão. Eu me encantei com isso. A ideia de que os personagens crescem em todos os aspectos como um pão feito em casa... Isso é genial. Digo, pense que você tem todos os ingredientes e aos poucos você os mistura e os prepara bem. Os personagens são assim, você tem o Tob, Ric e Ari (ai, como eu amo esse trio ) e os juntam com a senhora Cármina, que tem uma forte índole. Sendo assim, eles vão vivenciando diversas situações juntos das quais, sem que quisessem e como bem é a reação química entre os ingredientes, eles se unem. Há uma parte do livro da qual eles passam por uma terapia, a de socar a massa do pão, e eles descontam é a raiva deles no pão. Eles demonstram toda a amargura e sentimentos reprimidos dentro deles nesse momento e os liberam, os deixam ir. Assim como você sova o pão quando o soca para que a massa fique bem macia depois, pois você alivia e desenvolve todo o glúten ali reprimido. O ápice do livro é o ápice do pão. Quando o pão fica no ponto, nossos personagens tomam a corajosa atitude de enfrentar os bandidos, o porquê disso? Isso é narrado ao final. Porque eles se importam o suficiente para proteger uns aos outros, porque eles se desfizeram de toda a amargura e se entregaram ao amor e afeto. Assim como um pão preparado com carinho e feito no ponto. É um livro educativo, instrutivo e cheio de valores e lições. Três jovens, uma receita e alguns segredos me ensinaram como o amor pode surgir dos momentos mais difíceis. E eu sou muito grato por ter uma obra como essa na minha prateleira.
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Para saber mais sobre esse livro, clique em:
http://rosanariosliterature.blogspot.com.br/2012/12/pao-feito-em-casa-homemade-bread.html

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